Texto de SUZETE FRAGA
Mariana
encontrava-se numa daquelas fases em que o Universo parecia conspirar contra
ela. Perdera o emprego na bomba de gasolina; o novo troço de autoestrada
açambarcara a pouca clientela que ainda resistia às constantes subidas do
combustível. O movimento resumia-se a um ou outro trator das redondezas e, com
muita sorte, a alguma dona de casa com a refeição inacabada, desesperada por
uma botija de gás que lhe salvasse o dia. A pacatez, quase fantasmagórica,
propiciava visitas indesejadas. Após vários atos de vandalismo e dois assaltos
na mesma semana, o patrão resolveu encerrar as instalações de uma vez por
todas.
A procura de um
novo emprego foi um verdadeiro suplício. Com as propinas para pagar do mais
novo, o seguro do carro, renda de casa atrasada, o aparelho dentário da
miúda... Não podia dar-se ao luxo de escolher muito. Isto se houvesse por onde
escolher! Sujeitar-se-ia a duas horas de limpeza, a dez quilómetros de
distância e a um velho asqueroso, que mais do que a casa asseada pretendia a
remoção de certas teias de aranha? Desesperada, sim, mas nem tanto! Aqui e ali
surgiam ofertas de trabalho mal remunerado, dava para sal e pouco mais. Parecia
que a crise tinha infetado as entidades empregadoras com um parasita chamado
Exploração. Aquele bichinho multiplicara-se de tal maneira que ganhara
proporções epidemiológicas. Se em tempos viver para trabalhar fora uma opção,
agora, viver para trabalhar era uma necessidade, ou definhava-se à fome.
Por mais
inglória que a busca pudesse ser, o desânimo deveria permanecer oculto. O seu
marido não aguentaria três empregos muito mais tempo. Nem o marido, nem o
casamento! Quanto tempo mais até à completa transfiguração de dois estranhos
sob o mesmo teto? Na verdade, se lhe perguntassem, não saberia dizer quando
fora a última vez que estiveram juntos. Seriam ainda capazes de ter as
conversas escaldantes de outrora, traduzidas apenas em oscilações respiratórias
e tons de pele ruborizados? Agora que pensava nisso, apercebia-se do quanto o
seu corpo suplicava por uma “urgência familiar”. Precisava de saber se a faísca
ainda produzia altas labaredas. Como estava perto do local de trabalho da sua
cara-metade, nem pensou duas vezes.
– Amor? Tive um
acidente com o carro, podes... ajudar-me?
A chamada caiu
antes de poder terminar a frase. Felizmente não estava longe, o caminho em
terra batida, ladeado por mato e eucaliptos, era o único acesso para o armazém
de explosivos, onde o marido trabalhava como segurança. Nem teve tempo para
refletir na farsa lanceolada. Foi só o tempo de esconder o carro atrás de uns
codessos e correr para a berma do caminho, de modo a ser vista. Ele era do
género: primeiro ia e depois é que perguntava aonde, sempre por essa ordem. Por
pouco não o alcançava!
O tremor
corpóreo denunciava a verdadeira urgência. Emergência mútua. Afinal, ainda não
tinham perdido a capacidade de comunicar através do olhar, da respiração, das
palavras mudas. O desejo adolescente foi o rastilho e a combustão para a
rapidinha do século. A fusão de duas almas carentes, consumidas vorazmente, nos
bancos traseiros do carro. «Vem, meu Apolo, leva-me à Lua!» E a vegetação
ruboresceu de inveja. A aura flamejante que emanava do interior da viatura
extravasou os limites do Universo.
De volta à
Terra, recompuseram-se da confusão de membros entrelaçados e roupas
amarrotadas. Depois do arranjo possível, no cabelo desconsertado, seguiram caminhos
opostos, com um sorriso idiota na face e a alma mais leve que uma pena. Ele a
interiorizar a desculpa para o patrão: «Foi só o radiador a ficar sem água,
nada de grave». Ela, com uma confiança inabalável, decidida a não passar mais
um dia sem emprego.
«Procura-se
colaborador» – o cartaz não enganava e a montra muito menos: extintores,
compressores, fitas, parafusos e afins. Sim, o típico negócio para machos.
Momentos antes nem ponderaria sobre o assunto, mas agora que o seu ego estava
muito para lá das nuvens, ai do saco de testosterona que se lhe atravessasse no
caminho. Guinou bruscamente para estacionar no único buraquinho livre que
havia. «E nada de apitadelas ou faço-vos despistar contra o marco dos
correios!», pensou.
Colocou os
óculos que usava para ler, sempre lhe davam um ar mais inteligente. Uns
retoques na maquilhagem, mais um botão desapertado na blusa de seda, quase
transparente, e estava pronta.
– Boa tarde! O
gerente está?
O homem engoliu
em seco, possivelmente fantasiando com o interior da blusa.
– Sim, sou eu –
respondeu quase a gaguejar.
– Venho saber da
vaga, se já tem alguém para o lugar.
– Vários! As
entrevistas ainda estão a...
– E não há forma
de aligeirar esse processo? – Interrompeu-o, roçando a mão levemente no cabelo,
de forma a insinuar o soutien preto
que sustentava um belo par de seios.
– Claro, claro –
titubeou meio embasbacado. – Se estiver disponível para começar já amanhã! – Alegou
perentório.
– Perfeito! – Retribuiu
ao mesmo tempo que deixava cair uma caneta, de propósito. Sentiu os olhos
cravados em todas as suas feições curvilíneas, enquanto a apanhava,
provocadoramente, em câmara lenta. – Então, até amanhã... às nove?
– Será um
prazer... quer dizer, sim... às nove, claro! – Gaguejou novamente, porém mais
aparvalhado do que no início.
Feliz com a
conquista, rumou a casa, fazendo um apanhado mental dos ensinamentos de artes
marciais (o que aprendera em três aulas) – poderia ter que os pôr em prática.
Roscas e
parafusos não eram propriamente a sua onda, mas estava convicta que a ajuda
surgiria espontaneamente. Só tinha que manter a postura de anjinha endiabrada.
No espaço de uma
semana já era capaz de se orientar razoavelmente. Para o bem de ambos, tratou
logo de refrear os ânimos do patrão; de forma subtil mas carinhosa,
“apresentou-lhe” os filhos e o marido enquanto tirava o bilhete de identidade
da carteira. E, para reforçar a mensagem, quando o sentia a comê-la com os
olhos, brincava com a aliança exalando fidelidade e dedicação conjugal.
Coitado, não teve outro remédio senão superar a desilusão à custa do volume de
vendas, que aumentara exponencialmente.
Arrefecera
bastante, o Natal estava à porta. As lojas, devidamente enfeitadas, apelavam ao
consumismo. No entanto, à medida que o inverno avançava, ali, o movimento ia
sendo menor. Para esse dia, tinha apenas agendada a revisão duns extintores.
Deveriam chegar durante a manhã. Mariana queimava o tempo a arquivar as faturas
do mês passado quando foi interrompida pelo sinal sonoro que acusava movimento
na porta de entrada.
– Bom dia, são
os extintores da empresa...?
– Pois... sou
novo lá e o nome é um pouco estranho. Disseram-me que já têm ficha de cliente
com os nossos dados... é só procurar.
– Claro! – «Obrigadinha
pela informação», e o sorriso não mentiu. «Deves pensar que não tenho mais nada
para fazer». – Cá está! Tem razão, também não me atrevo a pronunciar isto –
concordou. – Para a semana estão prontos, senhor...?
– António Pedro.
– António
Pedro?!
Conhecera alguém
com esse nome: o seu primeiro amor. Tinha cerca de oito anos quando o viu na
sala de espera, para a consulta pré-operatória. Era o rapaz mais lindo do
mundo! Secretamente, desejou que também ele gostasse dela. Percebeu a
mutualidade do sentimento pela envergonhada troca de olhares. Quando souberam
que iam passar a noite no hospital, rejubilaram de alegria. Mal as respetivas
mães se foram embora, começou a brincadeira. Brincadeira inocente, coisa de
crianças. Subir e descer no elevador, correr no jardim interior do hospital,
deixar as enfermeiras loucas com a ausência dos dois... Depois do jantar – a
última refeição antes de serem operados – ele foi até à enfermaria de Mariana.
Ficaram horas a conversar, olhando para o espetáculo de luzes que a cidade
oferecia, mal anoitecia. Como quem não quer, mas querendo muito, ele tocou-lhe
na mão e perguntou-lhe se tinha namorado. Foram interrompidos por uma
enfermeira encarregada de os enfiar na cama, cada um na sua enfermaria. Depois
disso, Mariana ficou internada mais uma semana, presa à cama, por causa do
soro. António Pedro teve alta no mesmo dia da operação, no dia seguinte. A mãe
veio com ele. Foi uma despedida rápida. «Rápidas melhoras. Adeus.» Nunca mais o
viu. Ao longo da vida, volta e meia questionava-se sobre o seu paradeiro; se
ainda pensava nela, se tinha casado... Agora também não interessava nada.
Quando acordou
da sua viagem ao passado, o cliente já tinha saído. Recriminou-se por não ter
sido mais simpática, talvez ele tivesse ficado mais um pouco... a conversar. Ou
talvez fosse melhor assim. Tinha um casamento feliz, com altos e baixos, como
toda a gente, mas ultrapassaram sempre as dificuldades, juntos. Isso não se
deitava fora a troco de uma aventurazinha extraconjugal.
Por mais que
quisesse fugir, a cada passo dava consigo a fantasiar com António Pedro.
Pareceu-lhe oriundo de uma família abastada. Logo à partida, teria uma bela
casa, dessas que têm lareira no quarto e casa de banho privativa, jacúzi e
cenas assim de gente chique. Passaria a vida a viajar: um fim de semana em
Marrocos, outro em Paris, uns dias em Barcelona, umas férias nas Canárias, um
cruzeiro a bordo do “Freedom of Seas”... Teria uma governanta, uma baby-sitter, um motorista, vários
carros... Portanto, o moço de recados – que ainda nem sabia dizer o nome da
empresa onde trabalhava – não podia ser o António Pedro, o da operação ao
nariz. Além do mais, o “seu” António Pedro, a ter tudo o que imaginara que
tinha, nunca mais se lembraria da menina de que se enamorara um dia.
Aguardou
ansiosamente o dia de levantamento dos extintores. Contou segundos, minutos,
horas e mais horas. Bastou sair só uns instantes para ir buscar uma encomenda
e, mal chegou à loja, os famigerados extintores já eram! Terá sido obra do
destino livrá-la da tentação, uma tentação que jurava inexistente? Melhor
assim.
O movimento da
loja paralisara enquanto os centros comerciais borbulhavam de vida. Baratas
tontas e impacientes atropelavam-se, barafustavam e perdiam a paciência nas
longas filas. Braços carregados de sacos e saquinhos, mãos de crianças que
soltavam a saia da mãe e desatavam aos berros para conseguir mais um brinquedo,
rostos endurecidos a pensar numa forma de pagar tanta porcaria, uma porcaria
desnecessária, mas vital. Pouco importava se se rebentava com o último cartão
de crédito. Desde que a vizinha esbugalhasse os olhos de inveja ao ver sacos
das lojas mais cobiçadas, o dia já estava ganho. Imaginar aquela ranhosa a
contorcer-se de raiva, depois da visão raio X acusar aquele relógio lindo de
morrer. Sim, o mesmo que passava constantemente nos intervalos da novela. Se
ela desconfiasse tratar-se de um miserável porta-chaves aos tombos, com as
luvas e o cachecol, tudo para tornar o saco mais volumoso! E a cara da fulana
do terceiro esquerdo? Que pensava ser uma consumidora exclusiva das lojas
“Nespresso”. Pois que se desengane, a querida do rés-do-chão não enfia qualquer
mistela pelas goelas abaixo! O frigorífico tem apenas dois ovos, umas folhas de
alface e um frasco de maionese fora do prazo, mas com as aparências não se
brinca. Não se brinca, não senhor!
Como detestava o
Natal por causa dessas competições parvas e sem nexo a que a sociedade
obrigava! Para onde teriam ido a bondade, a partilha, o calor humano? Não sabia
a resposta e, por mais que odiasse admitir, também ela se deixara escravizar.
Coitadinhos dos filhos se não vestissem aquelas calças que custavam os olhos da
cara! E o aparelho dos dentes? Com lacinhos ou nada feito! Assim é que se era
fixe e tinha-se montes de amigos.
– Mariana!
– Credo, senhor
Vasco, até me assustou!
– Tire o resto
da tarde, não vale a pena ficarmos aqui os dois a olhar para as moscas.
Reabrimos dia vinte e sete. – Esticou-lhe a mão com um envelope, supostamente
com a consoada, e pronunciou sem ênfase a típica frase: «Vá, um bom Natal para
si e para os seus».
– Obrigada e
igualmente... Tem mesmo a certeza de que não precisa de mim? – Obrigou-se a
perguntar. Não pretendia fazê-lo mudar de ideias, mas um pouco de graxa nunca
fez mal a ninguém.
– Não, não, pode
ir.
Saiu, deixando o
homem lá, a entupir o cinzeiro de beatas e com os olhos enterrados na papelada.
Talvez odiasse a quadra natalícia. Talvez não tivesse motivos para correr para
casa; mulher para beijar, sogra para bajular, miúdos para mimar... Porém,
Mariana tinha tudo isso e... uma tarde livre! Passou na barraquinha, à entrada
da feira, e comprou um cachorro. Bafejada com um metabolismo à prova de bala,
podia dar-se ao luxo de ignorar os alertas sobre essas tentações quase
pecaminosas. Instalada num banco da praça, devorava-o como se não houvesse
amanhã; enquanto isso, planeava as compras no comércio tradicional, ali mesmo,
na vila. Eram mais contidas na exuberância, no entanto, repletas de calma e
aconchego, a doce sensação de um atendimento personalizado, como se toda a
gente se conhecesse, acompanhado dos votos sentidos de um santo Natal. Porque o
coração transbordava agradecimento. Gratidão pelos trocos que desvirginavam a
caixa registadora, pelos momentos de companhia que interrompiam o furacão do
esquecimento, do obsoleto. Assim, valia a pena saltitar de loja em loja: umas
especiarias e uns frutos secos aqui, umas broas para as rabanadas ali, uns
doces de fabrico caseiro acolá, umas couves biológicas acabadinhas de colher
mais além.
Andou a tarde
toda naquilo, ia e vinha, ia e vinha. Faltavam só umas lembrancinhas para
terminar a sua missão de formiga tarefeira. Prestes a concluir a última ronda,
um engraçadinho colou o seu bruto jipe ao carro, nem com uma catrefada de
malabarismos conseguiu impedir que alguns sacos se esborrachassem no chão. Já a
murmurar palavras pouco simpáticas, ouviu uma voz:
– Desculpe, era
só por uns instantes. Posso retirá-lo, se desejar.
Quando se virou
para lhe dizer das boas... Mas que grande merda! Era o tipo dos extintores. Tão
resplandecente quanto a pintura negra do jipe. A camisa, ligeiramente aberta,
deixava a descoberto alguns pelos do peito – que sacaninhas mais sedutores! Uma
rápida (mas eficaz) tiragem de medidas bastou para confirmar a descida de
Adónis à terra. E de repente era o pino do verão em pleno mês de dezembro. Como
é possível que não tivesse reparado naquele rabo da primeira vez? E aqueles
músculos? Os olhos teimavam em voltar à zona da cintura. Sentiu-se febril só de
imaginar a maquinaria pesada em ação.
– Quanta
potência! – Deixou escapar por entre os dentes.
– Hã?!
– O jipe...
muita potência! – Disparou atrevida.
– É, não me
posso queixar, nunca me deixou ficar mal. – Retribuiu com malícia, entalando-a
entre os seus braços e o carro.
– Imagino! Pena
que seja difícil estacionar tantos cavalos num só lugar.
«Credo!
Precisavas de ter um hálito tão fresco? De respirar tão próximo de mim que dá
para ouvir o coração a bater – o teu e o meu, de mãos dadas? Porque me tentas
com essa barba divinalmente aparada e essas madeixas de cabelo rebelde? Esse
peito e esses braços tão acolhedores, o local perfeito para abrigar-me das
intempéries da vida... Porque cheiras tão bem e me fazes sentir assim?»
– E então?
– Então o quê?
– Dá tempo para
um café de desculpas?
– Não, não dá.
Tenho a minha família à espera. E pode deixar aí “os cavalos” que eu cá me
desenrasco.
Arrancou a toda
a velocidade, arrependida e orgulhosa ao mesmo tempo. Pouco importava se ele
era mesmo o “seu” António Pedro. Se era, chegou tarde, a vida escolheu por
eles. Viveria atormentada para o resto da vida, por ter resistido, por não ter
aceitado o “café”, por não ter ido ao cerne da questão. Por mais custoso que
fosse, fez a escolha certa. Escolheu o casamento. De que valia alimentar outra
relação em segredo, trair, negar, mentir? Ainda que mais ninguém soubesse, ela
saberia. Sentir-se-ia como lixo. Não seria capaz de repetir as mesmas coisas
com os dois, confessar-se apaixonada pelos dois, fingir que estava com um para
conseguir estar com o outro. E os miúdos... que opinião teriam da mãe, um dia
que descobrissem a traição? Pensar neles minimizava os danos do coração e
clarificava as ideias. Mas seria o suficiente para resistir às investidas
daquele que pode ter sido o seu primeiro amor?
Retirou as
compras do carro ainda com a cabeça inundada de interrogações. Depois, entrou
na cozinha e deparou com o marido cheio de farinha na cara. Tão fofo! Também
ele tivera folga e apressara-se a tratar de alguns pormenores para a ceia de
Natal. Sempre solícito. Abraçou-o por trás e sussurrou-lhe ao ouvido:
– Cheiras a
canela... posso provar-te já?
– Agora?!
– Não é um
pedido – segredou-lhe enquanto o puxava pelo avental.
– Nesse caso...
Olhou-a com
lascívia e carregou-a ao colo até ao quarto, fechando a porta com um coice. Mal
a poisou no chão, lançou-se sobre a sua blusa desapertando-a de uma só vez.
Colou-a à parede enquanto dedos hábeis trabalhavam o que já estava trabalhado.
Possuíram-se ali mesmo, até ao clímax.
Transpirados e
ofegantes, deixaram-se cair meio despidos no tapete, abraçados. Após algum
tempo de contemplação, Mariana perguntou:
– Não te cheira
a nada?
– Porra!
Esqueci-me do bolo! – E desataram às gargalhadas.
No final da
ceia, quando o bolo foi para a mesa, ninguém se apercebeu do pequeno acidente
que tinha sofrido. Mariana deteve-se a admirá-lo; podiam tê-lo colocado no
lixo, mas arregaçaram as mangas: rasparam o queimado e colocaram uma cobertura
de chocolate, recuperando os estragos. Acabou por ser a sobremesa mais
lisonjeada.
Ao longo da
vida, também ela teria que trabalhar esse “bolo” para que nenhum percalço o
transformasse numa mistela intragável. Podia ser frustrante, aborrecido e
custoso, mas, no final, o esforço seria sempre compensado com um belo repasto.
Tudo o que
precisava estava ali.
---
in «Boas Festas», páginas 172-181
Silkskin Editora, Dezembro 2015
NOTA BIOGRÁFICA DA AUTORA
Suzete Fraga nasceu em Azurém, Guimarães, em 1978. Concluiu o nível
secundário em 2012, através das Novas Oportunidades. A Rede Concelhia de
Bibliotecas Escolares da Póvoa de Lanhoso atribuiu-lhe o Prémio do Escalão
Público em Geral (maiores de 16 anos) no Concurso Literário António Celestino,
no ano letivo 2011/ 2012. Exerce a sua profissão no setor têxtil, desde os 17
anos. No entanto, o sonho de enveredar no mundo da Literatura prevalece. Venceu
o 6º Concurso Literário («O Poder do Vício») da Papel D’Arroz Editora.
Participa na colectânea «Quando o Amor é Cego» da mesma editora, na antologia «A Bíblia dos Pecadores», organizada e coordenada por Isidro Sousa, e publicou este conto, «Tentação de Natal», na antologia «Boas Festas».
Adorei. .
ResponderEliminarQue bom, Maria Silva!
EliminarE seja bem-vinda a este blogue.
Feliz Ano Novo.
Muito obrigada, Isidro. É sempre um privilégio enorme ver os meus humildes trabalhos publicados no teu blogue. Bem hajas pela tua generosidade. Abraço.
ResponderEliminarPartilhei o teu texto no meu blogue com muito gosto. Abraço.
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