20 junho, 2016

LIVROS SUI GENERIS – PACK SG 500



LIVROS SUI GENERIS

PACK SG 500


Vamos avançar com a edição de livros individuais em condições muito vantajosas e económicas. Seja um dos Autores pioneiros (somente seis) a lançar um Livro Sui Generis. Forneça-nos os seus textos (prosa ou poesia) para um livro que tenha entre 60 a 98 páginas e nós tratamos de tudo: organização da obra, revisão dos textos, paginação do livro, produção da capa por um designer profissional, registos necessários, impressão, lançamento e promoção do livro, etc.

Se tem um livro na gaveta (romance, novela, aventura, policial, ficção científica, contos, biografia, teatro, erótico, poesia), comunique connosco e receberá uma proposta. Se não tem um livro preparado, mas tem vários textos soltos (contos, crónicas, poemas), nós organizamos a sua obra. Com o nosso apoio, pode transformar o seu sonho em realidade...

Todos os Livros Sui Generis são publicados pela Editora EuEdito... com a qualidade que lhe é conhecida e o rigor de Isidro Sousa.

Se lhe interessar, aproveite já esta oportunidade.

Este Pack SG 500, que inclui um conjunto de serviços deveras vantajosos, é limitado a 6 Autores... para que sejam publicados 6 Livros Sui Generis - um por mês - no segundo semestre deste ano. Oferta válida até 31 de Julho.

Mais informações sobre os projectos Sui Generis
Em: http://letras-suigeneris.blogspot.pt

Email para submissão de manuscritos:
letras.suigeneris@gmail.com


17 junho, 2016

LIVROS SUI GENERIS - PACK ESPECIAL SG


LIVROS SUI GENERIS - PACK ESPECIAL SG

Exclusivo para Autores Sui Generis


Vamos avançar com a edição de livros individuais em condições muito vantajosas e económicas. Seja um dos primeiros (seis) Autores Sui Generis a lançar um Livro Sui Generis. Forneça-nos os seus textos (prosa ou poesia) para um livro que tenha entre 60 a 98 páginas e nós tratamos de tudo: organização da obra, revisão dos textos, paginação do livro, produção da capa por um designer profissional, registos necessários, impressão, lançamento e promoção do livro, etc.

Se tem um livro na gaveta (romance, novela, aventura, policial, ficção científica, contos, biografia, teatro, erótico, poesia), comunique comigo e receberá uma proposta. Se não tem um livro preparado, mas tem vários textos soltos (contos, crónicas, poemas), eu organizo a sua obra. Com o meu apoio, pode transformar o seu sonho em realidade...

Todos os Livros Sui Generis são publicados pela Editora EuEdito... com a qualidade que lhe é conhecida e o rigor de Isidro Sousa. Se lhe interessar, aproveite já esta oportunidade.

Este Pack Especial SG, que inclui um conjunto de serviços deveras vantajosos, é limitado a 6 Autores... para que sejam publicados 6 Livros Sui Generis - um por mês - no segundo semestre deste ano. Oferta válida até 31 de Julho.

15 junho, 2016

A BÍBLIA DOS PECADORES - OS TRÊS TESTAMENTOS


A BÍBLIA DOS PECADORES - OS TRÊS TESTAMENTOS
Uma nova edição Sui Generis com chancela EuEdito

Antologia de textos literários inspirada em episódios bíblicos
Organização: Isidro Sousa | Colecção Sui Generis


Após o êxito que se revelou «A Bíblia dos Pecadores - Do Génesis ao Apocalipse», obra inaugural da Colecção Sui Generis bem como a primeira antologia organizada e coordenada por Isidro Sousa, que reuniu textos (em prosa) inspirados na Bíblia Sagrada de 44 Autores Lusófonos e foi publicada no início deste ano, vamos dar continuidade ao maravilhoso projecto que é «A Bíblia dos Pecadores».

Desta vez, com «Os Três Testamentos».

Participe nesta obra grandiosa!
Participe com Prosa ou com Poesia, mas participe...

Escreva uma estória de vida actual (ou poemas) inspirada num episódio, num evento ou numa história da Sagrada Escritura e envie para este projecto. O tema é livre desde que o texto seja inspirado na Bíblia e o género narrativo também: drama, comédia, aventura, biografia, sátira, romance, policial, tragédia, crónica, prosa poética, poemas tradicionais, teatro, ficção científica, fantástico, etc... você decide o que (e como) pretende escrever. 

O Regulamento é facultado por email.
Solicite-o já neste endereço:
letras.suigeneris@gmail.com

Mais informações em Edições Sui Generis:

12 junho, 2016

PRÉ-APRESENTAÇÃO DE “VENDAVAL DE EMOÇÕES” NO VLADA LOUNGE


Decorreu na passada sexta-feira, dia 10 de Junho, uma pré-apresentação da antologia poética «Vendaval de Emoções» no Vlada Lounge, em Lisboa. O evento, previsto para iniciar às 21 horas, arrancou uma hora mais tarde e contou com a presença de vários autores não só de «Vendaval de Emoções» mas também de outras antologias Sui Generis.

Agendado para uma sexta-feira inserida num fim-de-semana bastante prolongado (sexta-feira, dia 10, feriado nacional, e segunda-feira, dia 13, feriado em Lisboa), teve a presença de menos autores do que gostaríamos em virtude de muitos terem aproveitado este fim-de-semana prolongado para se ausentarem de Lisboa, viajando para os mais variados destinos, e de outros, residentes na Grande Lisboa, não poderem comparecer por razões de saúde (Daniel Vicente e Sara Timóteo, por exemplo, a quem desejamos rápidas melhoras). Ainda assim, alguns (poucos, mas bons) marcaram presença, contribuindo para a realização de um «Vendaval» verdadeiramente emotivo.

Após a breve contextualização, feita por mim, Isidro Sousa, dos projectos Sui Generis em geral e da antologia «Vendaval de Emoções» em particular, cuja data para o lançamento oficial será divulgada brevemente, o poeta e dramaturgo Tito Lívio, convidado especial deste evento e de alguns projectos Sui Generis, fez uma intervenção emotiva, falando sobre si e lendo poemas de sua autoria – tendo alguns desses poemas já sido publicados em livros individuais e sendo outros ainda inéditos. A propósito, Tito Lívio divulgou-nos, em primeira mão, que levará novamente à cena, em data e local que revelará oportunamente, o espectáculo poético e musical «Verde Que Te Quero Verde», baseado nas canções e poemas do poeta andaluz Federico Garcia Lorca, que tive a honra de assistir e fotografar para a revista “Korpus” alguns anos atrás.

Seguiu-se a leitura de alguns dos duzentos poemas incluídos na nossa antologia. Eu, Isidro Sousa, comecei por ler «Vendaval» da autora Rosa Maria, um texto particularmente especial que faz a abertura da nossa antologia, cujas razões dessa abertura estarão explicadas no Prefácio. Guilherme Marques, Ana Maria Dias, Helena Lilith e Sara Guerreiro leram também outros poemas e eu, Isidro Sousa, finalizei as leituras com uma prosa poética da minha autoria, antes de o evento transitar da poesia para o espectáculo musical, intitulado «Pele», a cargo de Alexandre Garrett, também ele um autor presente nesta antologia, que animou a noite com a sua guitarra e cantou canções inéditas, de sua autoria. Aliás, Alexandre Garrett, após fazer a abertura do evento e passar-me a palavra, foi animando, com a sua guitarra, os vários poemas que foram sendo lidos ao longo da noite, antes de iniciar o seu espectáculo.

Embora a sala nem sempre estivesse cheia, como mostram as imagens, houve alguma rotatividade ao longo da noite. O autor João Almeida honrou-nos com a sua presença no início da pré-apresentação, mas não pôde permanecer durante muito tempo, por razões meramente pessoais. Várias pessoas estranhas ao universo literário, clientes habituais do Vlada Lounge e fãs de Alexandre Garrett também estiveram presentes, embora se notasse uma concentração maior junto ao balcão, situado na entrada do bar, e na esplanada do que na sala propriamente dita – onde, com alguma frequência, iam espreitar o evento, permanecendo aí por alguns minutos, para logo depois retornarem ao balcão ou à esplanada.

No final do evento, houve espaço para a confraternização entre todos os presentes, quer na sala, junto ao balcão e na esplanada, quer mais tarde numa outra associação cultural, para a qual rumaram algumas pessoas ali presentes.

Resta-me acrescentar que estas fotografias belíssimas foram feitas por um fotógrafo freelancer, Dado Goes, que gentilmente acedeu a fotografar o evento sem qualquer outra contrapartida a não ser a divulgação do seu trabalho. Dado Goes reside em Lisboa e está disponível para realizar qualquer trabalho fotográfico. Aos interessados, deixo-lhes os contactos deste fotógrafo no final deste texto.

Antes de terminar, deixo aqui um especial agradecimento ao gerente (Valdo Moreira) e ao staff do Vlada Lounge, pela cedência – já pela segunda vez – deste belíssimo espaço para a realização do nosso evento, a Alexandre Garrett, pela oportunidade da realização deste evento conjunto, a Tito Lívio, pela sua participação especial, e a todos aqueles e aquelas, autores ou não, que contribuíram de algum modo com as suas presenças e/ou intervenções para o êxito deste evento verdadeiramente emotivo.

Texto de Isidro Sousa
Fotografias de Dado Goes










DADO GOES
Telemóvel – 968 691 556
Email – dadogoesphoto@gmail.com
Página no Facebook – Dado Goes


VLADA LOUNGE
Rua Rosa Damasceno, nº 8 – Lisboa


ANTOLOGIAS SUI GENERIS
letras.suigeneris@gmail.com


11 junho, 2016

PRÉ-APRESENTAÇÃO DE "VENDAVAL DE EMOÇÕES" - FOTOGRAFIAS DE DADO GOES

Eis algumas imagens da pré-apresentação da antologia poética «Vendaval de Emoções», que se realizou ontem à noite, dia 10 de Junho, no Vlada Lounge, em Lisboa. Foto-reportagem de Dado Goes.
























Dado Goes é fotógrafo freelancer e fotografou gentilmente este evento sem qualquer outra contrapartida a não ser a divulgação do seu trabalho. Reside em Lisboa e está disponível para realizar qualquer trabalho fotográfico. Os interessados nalgum serviço de fotografia podem contactá-lo por telemóvel ( 968691556 ), email ( dadogoesphoto@gmail.com ) ou através da sua página no Facebook ( Dado Goes ).

09 junho, 2016

VENDAVAL DE EMOÇÕES NO VLADA LOUNGE - SEXTA-FEIRA, 10 DE JUNHO - 21 HORAS


Sexta-Feira, 10 de Junho

VLADA LOUNGE APRESENTA...
«Pele» de Alexandre Garrett 
e um Vendaval de Emoções

Convidado Especial: Tito Livio

Rua Rosa Damasceno, nº 8
(junto ao metro da Alameda)
em Lisboa. Todos convidados!

08 junho, 2016

«PELE» DE ALEXANDRE GARRETT E UM VENDAVAL DE EMOÇÕES NO DIA DE PORTUGAL


«PELE» DE ALEXANDRE GARRETT E UM VENDAVAL DE EMOÇÕES NO DIA DE PORTUGAL
SEXTA-FEIRA, 10 DE JUNHO  PELAS 21H00 – NO VLADA LOUNGE 


Já há algum tempo que tenciono organizar encontros Sui Generis entre autores, leitores, amigos, simpatizantes e outros colaboradores, mas tal ainda não se proporcionou. No entanto, surgiu, nestes últimos dias, a oportunidade de arrancar com um primeiro momento Sui Generis... ainda que seja um encontro informal, bastante descontraído.

Alexandre Garrett, o guitarrista que animou o lançamento da antologia «O Beijo do Vampiro» com a sua música, no passado dia 28 de Maio, e dois dos seus colaboradores vão dar um concerto na próxima sexta-feira, dia 10 de Junho, no belíssimo espaço que é o Vlada Lounge, em Lisboa. Haverá música ao vivo, canções originais da autoria do próprio Alexandre, guitarra portuguesa, piano... e o concerto iniciará pelas 22h30.

Acordámos (entre mim, o Alexandre Garrett e o Valdo Moreira, gerente do Vlada Lounge) promover um encontro entre autores Sui Generis no início dessa noite, pelas 21h00, no mesmo local, transformando essa noite de sexta-feira numa noite verdadeiramente cultural, plena de música e poesia. O pretexto para a organização desse encontro é a próxima antologia poética, cuja data de lançamento será divulgada brevemente. Faremos uma pré-apresentação da obra «Vendaval de Emoções» e teremos um Convidado Especial cuja presença já foi confirmada: Tito Lívio – que alguns de vós tiveram a oportunidade de conhecer pessoalmente no passado dia 28 de Maio. Haverá leituras e/ou declamação de poemas  de alguns poemas incluídos na antologia  e os autores que estejam presentes poderão ler/dizer/declamar textos de sua autoria. Após este evento poético que iniciará a noite e cuja duração se prevê que seja entre 45 a 60 minutos, Alexandre Garrett e os seus músicos abrilhantarão a noite com o seu concerto.

Todos os seguidores deste blogue, autores, leitores, amigos, colaboradores e demais simpatizantes que se encontrem em Lisboa (ou venham no próximo fim-de-semana a Lisboa) estão convidados a honrar-nos com as vossas presenças. Contamos com vocês! Não só os autores que participam em «Vendaval de Emoções» mas (também) todos os autores que participam em qualquer outro projecto Sui Generis e não só. Para que possamos transformar, nessa noite, o Vlada Lounge num verdadeiro vendaval de emoções...




PS. Quem tencione estar presente, agradeço que me comunique por mensagem privada ou email... para efeitos de organização.


VLADA LOUNGE
Rua Rosa Damasceno, Nº 8, em Lisboa
(entre o Mercado de Arroios e o Metro da Alameda)






«PELE» DE ALEXANDRE GARRETT E UM VENDAVAL DE EMOÇÕES NO VLADA LOUNGE


Sexta-Feira, 10 de Junho

VLADA LOUNGE APRESENTA...
«Pele» de Alexandre Garrett 
e um Vendaval de Emoções

Convidado Especial: Tito Livio

Rua Rosa Damasceno, nº 8
(junto ao metro da Alameda)
em Lisboa. Todos convidados!



06 junho, 2016

ANTOLOGIAS SUI GENERIS - QUATRO PROJECTOS A DECORRER


Participe numa Antologia Sui Generis! Escreva um conto sobre Vigaristas, Saloios e Caipiras ou sobre Erotismo. Se preferir, escreva poemas sobre Paixões. Mas participe! Temos quatro projectos a decorrer... Os regulamentos encontram-se disponíveis na página Sui Generis. Neste endereço: http://letras-suigeneris.blogspot.pt 



05 junho, 2016

A BÍBLIA DOS PECADORES - OS TRÊS TESTAMENTOS



Após o êxito da primeira «Bíblia», que reuniu 44 textos «Do Génesis ao Apocalipse», vem aí uma nova «Bíblia dos Pecadores»... com «Os Três Testamentos» incluídos.


O regulamento ficará disponível brevemente... no blogue Edições Sui Generis:

letras.suigeneris@gmail.com



03 junho, 2016

O BEIJO DO VAMPIRO - PREFÁCIO

PREFÁCIO
  
O mito é um instrumento de materialidade das subjectividades do mundo; é uma narrativa de carácter simbólico-imagético relacionada com determinada cultura, que procura explicar e demonstrar, por meio da acção e do modo de ser das personagens, a origem das coisas – de qualquer coisa que seja fantasiosa. E o ser humano, procurando compreender o universo que o rodeia, criou mitos que emergem como grandes metáforas capazes de sintetizar a forma como ele entende e organiza o caos da Natureza e da Humanidade, bem como materializar o que há de mais recôndito na sua alma. Surgem, então, seres monstruosos que corporificam os receios, os horrores e até mesmo os desejos humanos, entidades que ganham força através do mito, cristalizando-se no imaginário social ao mesmo tempo em que colocam o ser humano diante de si mesmo – é como se, por intermédio destes seres, pudéssemos descortinar o lado escuro de cada um de nós, revelando-nos totalmente. É nesse contexto que se recorreu, através da literatura, à mitologia romena para dar origem a uma figura eterna, misto de violência, sensualidade, perigo e fascínio, que atravessaria os séculos: o vampiro.

A crença em vampiros é remota; está documentada na antiga Babilónia, no Egipto, na Grécia, na China, entre os Astecas e os Incas. O Livro dos Mortos egípcio permite-nos entrever a fome e a sede insaciáveis das almas dos falecidos. Na Grécia Antiga, a Empusa – um dos espectros de Hécate, que poderá ter inspirado a lenda sobre os vampiros, uma vez que se alimentava de humanos com as presas que se prolongavam dos seus caninos – levava os jovens que eram atraídos para a sua cama à morte para lhes beber o sangue e comer a carne. No Talmude, livro sagrado do Judaísmo, a primeira mulher de Adão foi Lilith e ela, por desobedecer e abandonar Adão, foi transformada num monstro que perambulava à noite em busca de vingança contra os filhos de Eva. Por sua vez, a crença em íncubos e súcubos, popular durante a Idade Média, foi corroborada por Santo Agostinho, ao escrever que os demónios tinham «imortalidade corporal e paixões como os seres humanos», e por São Clemente, ao dizer que os demónios têm paixões humanas mas não têm órgãos, usando para seu intento os órgãos dos seres humanos ao deitarem-se por cima (íncubos) ou por baixo (súcubos) deles durante a noite. No entanto, o termo “vampiro”, que vem do húngaro “vampir” e entrou na Língua Portuguesa através do francês “vampire”, só passou a ser utilizado no século XVIII.

Embora tenham raízes antigas, os vampiros adquiriram proeminência na cultura ocidental somente em finais do século XVII e início do XVIII. Entre 1720 e 1730, surgiram relatos sobre vampirismo na imprensa do Leste Europeu: de criaturas misteriosas que assombravam uma cultura ocupada em livrar-se, naquele momento, da superstição e do irracionalismo. Quanto ao primeiro momento literário do vampiro, ocorreu na poesia. Em 1748, o poeta alemão Heinrich August Ossenfelder escreveu Der vampir, inspirado em discussões académicas de cunho científico acerca da existência destes seres que dominavam a Europa no século XVIII. Na prosa, a primazia é atribuída ao inglês John Polidori, que estabelece, com o conto The Vampyre (1819), as marcas do género e revela que o mito deixa de pertencer apenas ao imaginário popular, passando definitivamente para os registos literários. O seu vampiro, Lord Ruthven, era um aristocrata cosmopolita que se misturava à sociedade do seu tempo e abriu caminho para o romance de James Malcolm Rymer, Varney, The Vampyre or The Feast of Blood (1847), uma obra de transição entre o conto de Polidori e as obras Carmilla (1872) de Sheridan Le Fanu e Drácula (1897) de Bram Stoker. Com Le Fanu, surgiu a mulher vampira, personificação da figura feminina da mulher fatal que encanta, seduz – a personagem que empresta o seu nome ao título da obra, Carmilla, é uma vampira que ataca jovens mulheres, numa trama com conotações lésbicas. Bram Stoker, por sua vez, revolucionou com o seu texto epistolar as produções góticas da época, ao descortinar as aventuras de um ser imortal preso à vida por ter em si uma amargura e um gosto maior por sangue, e deixou marcado um perfil que definiria, daí em diante, a imagem do vampiro. Desde a sua introdução no romance, o Conde Drácula é descrito como um homem de maneiras requintadas e costumes excêntricos. Polido, bem-educado e com espírito pesquisador, embora solitário, cujas demonstrações de violência não são exactamente aterrorizantes, mas resultados da sua busca por alimento e de uma sexualidade intensa que emerge como a sua principal característica.

Da Europa à América, passando por outras regiões do Planeta, o vampiro começa a ser utilizado como uma alegoria para o mal e a libido implícita da perversão como forma de transgressão dos modelos de comportamento. Nesse início de manifestação literária, ele é, sob todos os aspectos, o objecto que leva à perversão, à transgressão da moral social. Sempre associado à beleza e à promessa de prazer, é a personificação das nossas possíveis sublimações da morte física, burlando a natureza mortal do ser humano. A temática da morte, do sobrenatural, aliada a certa morbidez, encontrou neste cenário a sua melhor personificação, já que o vampiro é o protótipo do homem sedutor, imortal, perverso, que fascina todos e fatalmente os leva à desgraça.

Encarnando o paradoxo, os vampiros são mortos-vivos, transgredindo a oposição entre vida e morte, e não se reflectem no espelho, excedendo as alternativas de presença e ausência. Nesta perspectiva, trazem consigo a sua violência e a sua indiferença, reconhecidas pelo pensamento da tradição que conjuga as pulsões de Eros e Tânatos. Apresentam, portanto, uma dimensão dionisíaca, pois estão ligados ao prazer e à crueldade, à paixão e à morte. E estas personagens vão descortinando, cada vez mais, as distorções de comportamento humano, de devassidão, temas relacionados com o perverso e o monstruoso que vão ganhar maior profundidade a partir das Crónicas Vampirescas de Anne Rice, iniciadas em 1976. Com Anne Rice, o vampiro Lestat já sintomatiza a condição pós-moderna: ele é um ser que vive na errância, percorrendo séculos e continentes, totalmente à deriva, confrontando-se com a impossibilidade de resposta à pergunta que o dilacera: qual é o significado de tudo isto? Os vampiros de Anne Rice fazem emergir uma consciência existencialista e melancólica ao mesmo tempo em que vivem o conflito moral que envolve o acto de matar para se alimentar, quer tornando isso um tormento eterno, quer transformando-o em fonte de satisfação, de possibilidade para experimentar a diversidade e a novidade proporcionada pelos séculos.

Salienta-se ainda a forte erotização do vampiro que ganha novas dimensões, uma vez que tal aspecto é associado à busca de alguém com quem vivenciar a imortalidade e a sede de sangue. Se em Drácula o vampiro ataca apenas mulheres, na obra de Anne Rice os vampiros atacam indiscriminadamente aqueles que mais lhes despertam os seus desejos; contudo, estes não se consumam porque o vampiro só é sexualizado no sabor que experimenta com a morte da sua vítima – e, após a morte da vítima, ele necessita de caçar outras vítimas, deixando um rasto de corpos exauridos no próprio prazer. Não obstante, há casos particulares (raros) em que ele salva a sua vítima da morte, transformando-a em vampiro, mas o corpo de outro vampiro é incapaz de lhe proporcionar prazer, já que a fome voluptuosa do vampiro não cessa jamais, nem pode ser aplacada por algo que não seja o sangue humano.

Imortalidade, sedução, mistério, sexualidade, terror e suspense fazem deles personagens fascinantes que amedrontam, atraem, seduzem. O vampiro, morto todavia vivo, moldado nas sombras da sociedade, obcecado por sangue, incorpora o lado mais escuro, porém, não menos real da existência humana; por outras palavras, o vampiro literário imediatamente justapõe na sua figura tanto as luzes quanto as sombras que alicerçam a vida humana.

Posta esta explanação, olhemos para o livro que se acha nas vossas mãos, cujas narrativas que o compõem abordam, de um modo ora intenso, excêntrico ou fantasioso, ora superficial ou mesmo subtil, o tema dos vampiros. O repto para organizar esta obra colectiva foi lançado em finais de 2015, sob o lema Terror e Sensualidade. Sete dezenas de cartazes, difundidos ao longo de um par de meses nas redes sociais, exibiram (diariamente) imagens bastante variadas, inspiradoras de novos enredos, às quais ninguém mostrou indiferença nas duas margens do Atlântico. Cumprida a campanha, eis a selecção de trinta e sete textos em diversos géneros; da aventura ao romance, do drama à comédia, do policial à ficção científica, um pouco de tudo! Ordenados alfabeticamente a partir dos nomes dos seus autores, são trechos variadíssimos e foram escritos por trinta e sete autores – vinte e dois portugueses e quinze brasileiros – distintos entre si, com diferentes sensibilidades, culturas, idades, experiências de vida e estilos. Alguns foram já distinguidos em concursos literários e certames similares, conquistaram prémios e menções honrosas e têm obras individuais editadas, e outros continuam a estrear-se no universo das letras numa edição Sui Generis; as suas biografias, embora resumidas, podem ser consultadas no apêndice desta antologia.

Apresento-lhes, então, O Beijo do Vampiro.

Boas leituras vampirescas!


Isidro Sousa