Começou a chegar hoje (via correio) às mãos dos Autores participantes, a antologia «Boas Festas», que organizei e coordenei para a Silkskin Editora, e a editora não teve a delicadeza ou a gentileza de enviar-me um livro sequer. «Boas Festas» é um projecto literário dedicado à quadra natalícia (em prosa e poesia) que reúne 50 Autores Lusófonos, no qual trabalhei sempre sozinho, entre Setembro e Novembro... desde conceber a ideia e o regulamento, produzir cartazes e divulgá-los diariamente nas redes sociais, organizar, coordenar, seleccionar e revisar os textos, estar em contacto permanente com todos os participantes, esclarecer e dar resposta a todas as solicitações... até o índice fiz!... tal como forneci a lista dos autores seleccionados por ordem alfabética, como consta na contracapa. Fiz a papinha toda... só não paginei os textos, não imprimi o livro e nem tive a menor participação nessa capa foleiríssima que nada (mas rigorosamente nada) tem a ver com a essência e os conteúdos da antologia. Para que conste: a minha opinião sobre a capa nunca foi considerada; apresentaram-ma como um facto consumado (sem sequer conhecerem os conteúdos), com a ordem de começar a divulgá-la imediatamente, e ponto final. Uma capa que apela a um público infantil quando, na realidade, o livro inclui conteúdos para adultos... Além disso, apresentei sempre o projecto como sendo uma «Antologia de Natal» e escreveram «Colectânea» na capa... nem isso quiseram corrigir («Não há tempo para alterações!», foi a reposta que obtive). De resto, fiz tudo, tudo, tudo sozinho! Até os e-mails a pedir dinheiro aos autores enviei... cumprindo ordens, pois claro. Merecia receber, no mínimo dos mínimos, um exemplar deste livro no qual empenhei tanto esforço e suor, tantas noites mal dormidas, tantas dores de cabeça, pelo qual até o meu emprego perdi... Não obstante, organizar e coordenar este magnífica antologia (excluindo a capa, claro) foi uma experiência enriquecedora e verdadeiramente gratificante. Mesmo que não receba um cêntimo por tanto trabalho que fiz (claro que não vou receber os 15% do valor de cada livro vendido que me ofereceram, nem alimento a ilusão de receber qualquer tipo de recompensa porque os louros, definitivamente, não são para mim), jamais me arrependerei de ter feito esta antologia. E novamente reafirmo: eu nunca abandonei o projecto «Boas Festas», como a responsável pela editora anunciou - uma mentira deslavada!!! - aos autores participantes; o que na realidade aconteceu foi ter sido excluído do projecto, já na recta final, após ter enviado todos os ficheiros à editora. Excluíram-me, sim, bloqueando-me os acessos às contas e ao e-mail da Silkskin Editora. Nesse mesmo dia (26 de Novembro passado), cortei todos os vínculos que mantinha com o Grupo Múltiplas Histórias, que detém a Silkskin Editora. Mas isso agora não interessa. As acções ficam com quem as pratica. O que interessa neste post é o Prefácio que escrevi e que foi publicado (ao menos, isso! Haja Deus!) na antologia «Boas Festas», que transcrevo já a seguir...
PREFÁCIO
«Boas festas no Natal, boas
festas no Ano Novo, boas festas nos Reis ou onde você desejar. Venha festejar
connosco! Festeje na Prosa, festeje na Poesia, festeje como preferir... Mas
vamos celebrar (todos juntos) o próximo Natal», eis as palavras que se leram
nas redes sociais, entre Setembro e Novembro de 2015, convidando à participação
neste projecto: uma antologia de textos literários que visava reunir histórias
de Boas Festas, ou festas felizes, repletas de amor, emoção, sedução, paixão e
sensualidade, com erotismo incluído, enquanto forma de arte devidamente
enquadrada no contexto, ou sem erotismo. Histórias que, não obedecendo a um
tema específico, deveriam ser ambientadas na época natalícia e privilegiar a emoção
e a sensualidade como ingredientes preferenciais, ficando o desenvolvimento das
mesmas ao critério de cada autor. Foi este o repto e o resultado é o livro que
tendes nas mãos!
Durante todo o processo,
recebemos uma imensidão de trechos inéditos, escritos na Língua Portuguesa
pelos mais variados autores dos dois lados do Atlântico, independentemente das
suas raças, crenças, orientações sexuais e identidades de género, que os
redigiram nos seus géneros literários favoritos: conto, crónica ou poema. Da
selecção efectuada, destacaram-se oito dezenas de textos de cinquenta autores
lusófonos: vinte e nove em prosa, inspirados na quadra natalícia, e cinquenta e
um poemas natalinos. Da singela crónica de costumes ao thriller pontuado de humor negro, do drama angustiante à divina comédia,
do romantismo genuíno às evidentes sensações eróticas, da mera aventura ao
complexo serial killer, sem olvidar
os poemas marcadamente sentimentais, a variedade de temas e estilos é sublime!
Embora títulos como Natal e a Dança do Ventre, Terror em Alto Mar, Natal em Família, O Arrepio
de Micaela ou Jantar de Reis sugiram
os seus conteúdos, há outros mais discretos com enredos ou reviravoltas surpreendentes.
Seria fastidioso enumerá-los todos... reservo as surpresas para as vossas
leituras! No entanto, devo frisar que... das tramas familiares e outras
tremendamente calientes à odisseia do
bom ladrão, dos diálogos sobre pornografia ao assassino que deseja somente a
atenção da prostituta, das aventuras entre pessoas do mesmo sexo às emoções de
trazer a lágrima ao canto do olho, das malandrices do Pai Natal às vivências da
longínqua infância ou adolescência... Boas
Festas apresenta um soberbo leque de histórias. Histórias que falam, cada
uma a seu modo, sobre um amor, uma emoção, uma tristeza, um desejo, uma mágoa, a
lembrança de um Natal anterior ou mesmo uma revolta, uma felicidade, uma
saudade, uma nostalgia, uma esperança... Todos os autores expressam o que lhes
vai na alma. Cada um transmite o que o Natal ou qualquer outro evento ocorrido
na quadra natalícia significa para si – mesmo aqueles que não apreciam esta
época desvendam, de igual modo, esse sentimento. Porque o Natal, infelizmente,
não tem apenas coisas boas...
Sentimentos que se eternizam nas
páginas desta antologia. Uma obra que proporcionará boas leituras numa época
tão especial. Verdadeiro presente de Natal que todos nós (incluo-me também enquanto
autor) oferecemos a nós próprios. E que, certamente, converteremos em maravilhosas
prendas de Natal. Prendas inesquecíveis! Que trarão leituras prazenteiras ao
longo dos doze meses do próximo ano. Porque este livro deve lido em qualquer
altura do ano.
Boas Festas!
Isidro Sousa
Meu caro amigo, excelentes Boas Festas para si também bem como para todos a quem ama.
ResponderEliminarAbraço.