Natal ou Dia de Natal é
um feriado e festival religioso cristão comemorado anualmente em 25 de
Dezembro.
Originalmente destinada
a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis
invicti Solis), a festividade foi ressignificada pela Igreja Católica no século
III para estimular a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano
e então passou a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.
Embora tradicionalmente
seja um dia santificado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos
não-cristãos, sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos
têm origens pré-cristãs ou seculares. Costumes populares modernos típicos do
feriado incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas
natalinas, festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações
diferentes; incluindo as árvores de Natal, luzes, grinaldas, presépios... Além
disso, o Pai Natal é uma figura mitológica popular em muitos países, associada
com os presentes para crianças.
Como a troca de
presentes e muitos outros aspectos da festa de Natal envolvem um aumento da
actividade económica entre cristãos e não-cristãos, a festa tornou-se um
acontecimento significativo e um período chave de vendas para os comerciantes e
para as empresas. O impacto económico da comemoração é um factor que tem
crescido de forma constante ao longo dos últimos séculos em muitas regiões do
mundo.
A palavra Natal do
português já foi nātālis no latim, derivada do verbo nāscor (nāsceris, nāscī,
nātus sum) que tem sentido de nascer. De nātālis do latim, evoluíram também
natale do italiano, noël do francês, nadal do catalão, natal do castelhano,
sendo que a palavra Natal do castelhano foi progressivamente substituída por
navidad, como nome do dia religioso.
Já a palavra Christmas,
do inglês, evoluiu de Christes maesse (‘Christ’s mass’) que quer dizer missa de
Cristo.
No ano 350, o Papa
Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de
Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado
nacional.
Muitos costumes
populares associados ao Natal desenvolveram-se de forma independente da
comemoração do nascimento de Jesus, com certos elementos de origens em
festivais pré-cristãos que eram celebradas em torno do solstício de Inverno
pelas populações pagãs que foram mais tarde convertidas ao cristianismo. Estes
elementos, incluindo os madeiros, do festival Yule, e a troca presentes, da
Saturnália, tornaram-se sincretizados ao Natal ao longo dos séculos. A
atmosfera prevalecente do Natal também tem evoluído continuamente desde o
início do feriado, o que foi desde um estado carnavalesco na Idade Média a um
feriado orientado para a família e centrado nas crianças, introduzido na
Reforma do século XIX. Além disso, a celebração do Natal foi proibida em mais
de uma ocasião, dentro da cristandade protestante, devido a preocupações de que
a data é muito pagã ou anti-bíblica.
Na teologia cristã, o
nascimento de Jesus é a encarnação de Jesus como segundo Adão como realização
da vontade de Deus para desfazer o dano provocado pela queda do primeiro homem,
Adão. As representações artísticas da Natividade têm sido um grande tema para
os artistas cristãos desde o século IV. Desde o século XIII, o presépio
enfatiza a humildade de Jesus e promove uma imagem mais terna d’Ele, um
importante ponto de inflexão em relação às mais antigas imagens do “Senhor e
Mestre”, o que acabou por influenciar o ministério pastoral do cristianismo.
Os evangelhos canónicos
de Lucas e Mateus contam que Jesus nasceu em Belém, na província romana da
Judeia, de uma mãe ainda virgem. No relato do Evangelho de Lucas, José e Maria
viajaram de Nazaré para Belém para comparecer a um censo e Jesus nasceu durante
a viagem numa simples manjedoura. Anjos o proclamaram salvador de todas as
pessoas e pastores vieram adorá-lo. No relato de Mateus, astrónomos seguiram
uma estrela até Belém para levar presentes a Jesus, nascido o “rei dos judeus”.
O rei Herodes ordena então o massacre de todos os garotos com menos de dois
anos da cidade, mas a família de Jesus escapa para o Egipto e depois volta para
Nazaré, um evento que tradicionalmente marca o fim do período conhecido como “Natividade”.
Uma outra tradição do
Natal é a decoração de casas, edifícios, elementos estáticos, como postes,
pontes e árvores, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e cidades com
elementos que representam o Natal, como, por exemplo, as luzes e as grinaldas.
Em alguns lugares, existe até uma competição para ver qual casa, ou
estabelecimento, teve a decoração mais bonita, com direito a receber um prémio.
A árvore de Natal é
considerada por alguns como uma “cristianização” das tradições e rituais pagãos
em torno do Solstício de Inverno, que incluía o uso de ramos verdes, além de
ser uma adaptação de adoração pagã das árvores. Outra versão sobre a
procedência da árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país
de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero
(1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu
através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado
parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela
beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando,
entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a
esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas
dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto.
Era o que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela
árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Nascia assim a árvore de
Natal. Queria, assim, mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do
nascimento de Cristo.
Na Roma Antiga, os
Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar uma festa
chamada de “Saturnália”, que coincidia com o nosso Natal. As esculturas e
quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das
representações teatrais semi-litúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal,
serviram de inspiração para que se criasse o presépio. A tradição católica diz
que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de
Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a
permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus,
da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários
outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.
(Pesquisa e Adaptação
de Lucinda Maria)
Excelente pesquisa, Lucinda Maria! Como sempre, com uma escrita cuidada, um verdadeiro regalo para os olhos. Bom ano! Bjs
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