PREFÁCIO
Variadíssimas razões, tanto de ordem pessoal como profissional,
levaram-me a organizar esta Acção de Graças através da literatura. Para que
melhor entendam essas nobres motivações, tenho de recuar ao passado.
Esbocei as (minhas) primeiras narrativas durante a
adolescência e fui escrevendo ao longo dos anos, porém, não havendo
perspectivas de editar um livro, forcei-me a esperar... Esperei um quarto de
século para concretizar sonhos literários. Durante esses anos, escrevi,
desmotivei, rasguei, reanimei, reescrevi ou concebi novos textos, tornava a
desanimar e a destruir, mas voltava sempre a escrever, ou a reescrever, enfim...
um ciclo que se revelava vicioso; embora publicasse, pontualmente, pequenas
estórias nalguns jornais e revistas, a maioria destinava-se à gaveta. Ou ao
arquivo. Sim, desanimei inúmeras vezes, todavia, Deus nunca permitiu que
perdesse a esperança. A esperança de dar vida a esses sonhos.
Quando vislumbrei aquela luzinha na escuridão, uma
oportunidade minúscula de poder, finalmente, vir a fazer alguma coisa,
agarrei-a com unhas e dentes. Era ainda uma possibilidade remota, o chão a
percorrer mostrava-se longo e calcetado de espinhos; não obstante, fiz-me ao caminho
sem qualquer hesitação. Fui mergulhando, de modo crescente, num universo
literário que se desvendou muitíssimo mais agreste do que era suposto,
dedicando o corpo e a alma à escrita, participando em concursos e obras
colectivas de várias editoras, evoluindo sempre e cada vez mais. Até chegar ao
ponto de ousar desenvolver projectos ainda mais arrojados e ambiciosos. Obras
colectivas, é certo, porém, idealizadas, organizadas e coordenadas por mim,
enquanto buscava, em simultâneo, dar vida a obras individuais. As perspectivas
já se mostravam luminosas.
Se por um lado os frutos começavam a surgir, prevendo-se
um futuro literário mais animador, por outro lado as forças do mal não
tardariam a erguer-se, procurando bloquear-me. Mas o meu (nosso) bom Deus, mantendo-Se
sempre presente, transmitia-me energia para prosseguir a jornada. A minha fé,
por mais adverso que se apresentasse o panorama, continuava inabalável. Deus
nunca me faltara! No final de 2015, quando decidi lançar a Sui Generis,
enfrentava uma tempestade bem turbulenta; a ferocidade era tal que faria
desanimar almas mais sensíveis. Não vacilei. Embora me sentisse vulnerável,
jamais perdi a fé em Deus. Senti-O sempre presente nas mais variadas situações
quotidianas da minha vida. Senti sempre a influência da mão divina em tudo o
que eu fazia. Inclusive em momentos profundamente dramáticos, que despoletaram
resoluções que muito contribuíram para o meu amadurecimento enquanto ser
humano. Contra ventos e marés, enfrentei tudo e todos porque sabia que chegara
o momento – o momento de dar o passo. Aquele passo que conduziria ao sonho. A
fé remove montanhas e nem sequer o diabo me intimidaria!
Sim, a fé fortalecia-me. Nunca duvidei da existência e
assistência de Deus! Nunca acreditei que Ele me ignorasse, inclusive nas épocas
menos boas (bastantes) em que atingi o fundo do poço. O Senhor mantinha-se
sempre lá, ao meu lado, não me deixando esmorecer, tão-pouco desistir...
transmitindo energias positivas, apontando novas luzes na escuridão...
fazendo-me recuperar forças para poder reerguer-me com ainda mais perseverança
e esperança. Foi desse modo, conservando a crença sempre inabalável, convicto
de que Deus jamais abandona um filho, que fui desbravando caminho, levando a
Sui Generis a bom porto. Com muita luta e sacrifício pessoal, imensas
preocupações e noites mal dormidas, porém, alimentando sempre a fidelidade aos
valores, preservando a firmeza, a integridade, a lealdade aos princípios éticos
e morais, cativando cada vez mais pessoas, realizando sonhos, quer pessoais,
quer de outros autores.
Transcorrido um ano exacto, após ter desencadeado o
início desta bela jornada literária, visando a concretização dos diversos
projectos que me propus realizar, o balanço revela-se positivo: doze antologias
organizadas, sendo Graças a Deus! a décima
segunda, para a Colecção Sui Generis. Doze! Um número recheado de muito
simbolismo: doze meses do ano, doze signos do Zodíaco, doze apóstolos, doze
tribos de Israel, dia e mês do meu nascimento (12 de Dezembro), etc. Doze
projectos literários organizados (embora nem todos estejam finalizados – alguns
já foram editados, outros ainda decorrem), as primeiras obras individuais publicadas
(cinco) e perspectivas positivas no horizonte. Não acredito em coincidências e
nada acontece por acaso.
Por tudo isto e não só, particularmente no que se refere
ao bem-sucedido percurso no reino da literatura, tenho de dar Graças a Deus!
Dou muitas Graças ao Senhor! Não canso de dizer,
escrever, repetir e tornar a repetir: Graças a Deus! Por tudo o que ocorre na
minha vida. Quer a nível pessoal, quer profissional. Tenho muita fé em Deus e
jamais cansarei de Lhe agradecer. Sem Ele, em quem busco forças para viver e
batalhar, nada conseguiria. Consequentemente, a vida não faria sentido.
Todos nós (autores, leitores e demais pessoas) temos de
dar Graças a Deus pelas coisas boas e menos boas que acontecem nas nossas
vidas: um sucesso literário, um êxito profissional, a concretização de um
sonho, uma situação favorável relacionada com saúde, uma decisão menos facilitada,
um obstáculo contornado, uma fase menos agradável que contribuirá seguramente
para nos fortalecer, um amor feliz, enfim, tantas coisas. Inclusive os menos
crédulos, ateus ou agnósticos, digam o que disserem, têm sempre algo a dizer ao
Senhor... mesmo que de um modo inconsciente, ou inesperado, sem a intenção de o
fazerem.
O melhor agradecimento, no que concerne ao caso
literário, é dedicar este livro ao Senhor! Organizar uma Acção de Graças na
quadra natalícia, pela via literária, com a participação de todos aqueles e
aquelas que contribuíram, de algum modo, para o êxito da Sui Generis ao longo
dos últimos doze meses, é, sem sombra de dúvida, o melhor agradecimento. Apesar
de ser um pequeno agradecimento, é um agradecimento!
E mais uma vez: Graças a Deus por termos conseguido,
todos juntos, realizar esta belíssima Acção de Graças. Graças a Deus, e a todos
nós!
O livro Graças a
Deus! reúne largas dezenas de textos, em diversos géneros literários, de 51
autores lusófonos (portugueses, brasileiros e angolanos): contos, crónicas,
cartas, poesia, prosa poética, reflexões, desabafos, etc. Embora esta antologia
fosse concebida para o Natal, muitos textos que inclui não se focam no evento
natalino; apresentam vários temas (ocorrendo, ou não, na época natalícia), todavia,
reflectem sempre a fé no Senhor, ou mesmo gratidão – sejam sentimentos pessoais
ou através de personagens criadas. São estórias e poemas cuja variedade de
estilos e graus culturais é sublime, recheados das mais diversas sensibilidades,
que, não obedecendo a um tema específico, privilegiam, de algum modo, a crença
em Deus. O leque de textos
é soberbo! De textos que abordam uma emoção, uma tristeza, um amor, um desejo,
uma mágoa, um reconhecimento, uma lembrança, uma revolta, uma felicidade, uma
nostalgia, uma esperança... Todos os autores expressam, cada um com a sua
particularidade, o que lhes vai na alma. Cada um transmite, de alguma maneira,
o que Deus significa para si – mesmo os que são agnósticos desvendam, de igual
modo, a sua percepção. Ou os seus sentimentos.
Sentimentos
que se eternizam nas 214 páginas desta antologia, cujos textos se encontram
ilustrados com belíssimas declarações de Sua Santidade, o Papa Francisco, e Cânticos
e Salmos da Bíblia Sagrada. Uma obra que proporciona boas leituras numa época
tão especial. Verdadeira Acção de Graças que todos nós oferecemos ao Senhor
nesta quadra natalícia. E que converteremos, certamente, em maravilhosas
prendas de Natal. Prendas inesquecíveis! Que trarão leituras emocionantes ao
longo do próximo ano. Porque este livro deve ser lido em qualquer altura do
ano.
Feliz Natal e
um próspero Ano Novo!
Isidro Sousa
Sessão de lançamento de «Graças a Deus!»
Quarta, 21 de Dezembro | 19 horas | Vlada Lounge
Rua Rosa Damasceno, nº 8, em Lisboa
Campanha Especial Lançamento: 15,00 Euros
Pedidos e reservas pelo email: letras.suigeneris@gmail.com
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