Não resisto a publicar estas belíssimas fotos
da Fonte Santa, que a Ana Maria Fonseca, minha conterrânea, teve a amabilidade
de partilhar numa das minhas páginas do Facebook. Esta Fonte Santa situa-se na
minha terra, mais concretamente junto à aldeia de Peravelha, a freguesia que me
viu nascer e crescer. Passei a infância e adolescência rodeado por estes
«calhaus» (nos tempos em que ainda guardava cabras e ovelhas quando não ia para a escola)
e reza a lenda que este penedo, posicionado lá no topo da escadaria, do lado esquerdo (como se vê
numa imagem), brota água santa. Se a água é milagrosa ou não é... não me atrevo
a elucidar. Mas que o penedo liberta água das suas entranhas durante os meses mais quentes do ano, em pleno Verão, lá isso liberta. Creio que, justamente
por esse facto inusitado, chamam-lhe Fonte Santa e foi construída, entretanto, a capelinha ao lado. Um lugar magnífico para visitar!
Devo referir que a mítica Fonte Santa da minha
terra já inspirou um capítulo inteiro de um romance que escrevi há anos, que
permanece ainda inédito. E a serra agreste que a rodeia serviu de cenário para
outras estórias e paisagens que criei noutra obra. Não... não me refiro à
Serra Mourisca, popularizada em alguns dos meus contos («O Dilema de Beatriz», «Os Olhos de Helena», «O Susto de Matilde») que apresentam ambientes
rurais. Refiro-me à Serra dos Calhaus e ao Monte da Raposa que descrevo num
outro romance, obra essa que anseia pela conclusão. Qualquer dia, devo publicar
algum excerto desses capítulos. Quiçá, na antologia «Saloios & Caipiras»,
uma obra literária colectiva luso-brasileira que estou a organizar para a Sui
Generis com a colaboração de Marcella Reis, uma autora brasileira radicada em
Portugal, na coordenação do projecto, já que o tema é bem apropriado e bastante
oportuno...
Se alguém de vós estiver de passagem pelas
Terras do Demo, não perca esta maravilha no seio da Natureza! É fácil chegar
lá... Quem seguir pela estrada que vai de Moimenta da Beira em direcção a
Peravelha, logo após atravessar a pequena ponte do Rio Paiva (que nasce na
minha aldeia, em Carapito, nos verdejantes lameiros situados mesmo em frente à
casa da minha mãe) e subir aquele pedaço de estrada deveras inclinado,
assemelhando-se a uma ladeira, corta logo à direita, antes de entrar na
povoação de Peravelha, embrenhando-se pela estrada de terra batida que
prossegue entre mato, calhaus e pinhais. E se dúvidas houver, perguntem...
porque todas as pessoas lá da terra conhecem a Fonte Santa.
Um verdadeiro ex-libris da (nossa) freguesia e
de todo o concelho de Moimenta da Beira, de onde este humilde «pecador» é
natural.
© Fotos de Ana Maria Fonseca, Moimenta da
Beira.
Estive la fantastico ,do outro mundo passado longiquo, acredito inclusive pela arquitectura e engenharia da pedra, que a mesma foi colocada no local...............incrivel.
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