Finalizado o ensino
secundário, a maioria dos meus colegas zarpou pelo mundo fora. Eu continuei em
Mourisca da Beira, a vila onde nasci, a trabalhar no posto de gasolina dos meus
pais porque adorava tudo o que se relacionasse com automóveis, altas
velocidades e a sensação de poder que estas máquinas transmitem. Deliciava-me a
repará-los quando avariavam e até sonhava em um dia pilotar um carro de
corridas. Todavia, as coisas mudaram. O novo posto de gasolina da recém-inaugurada
via rápida, não muito distante de Mourisca da Beira, era self-service e
oferecia preços competitivos. Não obstante, algumas pessoas gostavam ainda de
ser atendidas com um sorriso, ter o seu pára-brisas limpo e o óleo revisto ou
mudado por um especialista. Pelo menos, era o que o meu pai dizia.
O tempo passava
devagar. Quase sem me dar conta, as folhas começaram a desprender-se das
árvores e o frio do Inverno fez-se sentir. Já era a época dos feriados iniciais
de Dezembro. Entretanto, o Natal chegou rápido e, com esta quadra festiva,
todos os parentes e amigos da vizinhança. A seguir, eis o último dia do ano.
Como havia pouco movimento no posto de gasolina, planeei fechá-lo mais cedo. Os
meus pais haviam ido festejar o réveillon com uns amigos na Quinta
do Mocho, que se situava nas brenhas da Serra Mourisca, na direcção de Vila
Rica, mas eu, nesse ano, preferi ficar em casa. Porquê? Não sei.
Era cedo, no
entanto, escurecia. Já prestes a encerrar o estaminé,
ouvi um forte ruído proveniente da zona das bombas de gasolina. Ao volante
daquele carro, eis um rapaz que trajava um uniforme de marinheiro e usava um
chapéu branco. Pareceu-me familiar, assim como o veículo.
– Hei, gajo,
como é que vais?
– Samuel?! –
balbuciei, surpreso.
– Eu mesmo –
respondeu ele, sorrindo.
– Viraste
marinheiro?
– Hum, hum!
Agora sou propriedade do Estado.
– Minha Nossa
Senhora...
– Dá-me vinte
euros de gasosa. Os meus velhotes vão passar a passagem-de-ano com uns amigos e ainda têm uma porrada de quilómetros
pela frente.
– Não vais com
eles?
– Não fui
convidado.
Pus a mangueira
no depósito do automóvel e abasteci-o com gasolina sem-chumbo, antes de lhe
limpar o pára-brisas. Sentia-me nervoso e excitado por rever o Samuel. Na
verdade, eu tinha uma queda por ele. Nunca admiti essa atracção física, nem
sequer para mim próprio, pelo menos até essa noite festiva, mas ele era,
realmente, o meu ideal de homem.
– Feliz Ano Novo
– murmurei pela enésima vez nessa tarde.
– Como é que
vais festejar? – quis saber ele.
– Provavelmente,
vou embebedar-me – redargui, num tom fanfarrão.
– Queres
companhia? Não tenho planos.
– Claro! Dá um
pulo lá em casa. Vou fechar agora.
– Primeiro,
tenho de levar o carro aos velhotes. Vejo-te então daqui a uns minutos.
Ele pagou o
combustível e foi embora.
O Samuel,
marinheiro! A vida não é surpreendente? E eu ia passar o réveillon com ele! Só pensava nisso. Quando entrei na praceta onde
vivia, deparei com o belo marine junto à porta do meu prédio; esperava
que eu chegasse. Um misto de nervosismo e excitação apoderou-se do meu ser.
Atrapalhei-me com as chaves, mas lá consegui abrir o raio da porta.
Já dentro de
casa, o Samuel exclamou:
– Boas entradas,
gajo!
– Bom ano,
marujo!
– Guarda
costeiro – corrigiu ele, apontando o emblema na manga do uniforme que designava
a sua função na Marinha.
– Certo, Samuel.
Que queres beber?
– Qualquer
coisa, mas prefiro cerveja.
– Há montes de
cerveja no frigorífico.
O Samuel pousou
o boné na mesa da sala. Parecia tão masculino naquela farda de marinheiro! Eu
podia apreciar todas as curvas do seu corpo naturalmente musculoso. Apesar de vestir
uma camisa sob o casaco, era possível vislumbrar-lhe alguns tufos de pêlos
despontando no peito. Isso, somado ao cabelo castanho cortado bem curtinho e
aos olhos cor-de-avelã, fazia-o
parecer mais velho do que a maioria dos rapazes da sua idade.
– É óptimo ter companhia
na passagem-de-ano. Aposto que
estás com fome – sussurrei, tirando alguns petiscos do frigorífico e pondo pão,
carnes fumadas, presunto, azeitonas e queijo da serra em vários pires.
Devorámos a comida num instante, regada com boa cerveja.
– Estavas com
fome, hem – comentei.
– Como que nem
um pássaro. Sou um abutre!
Liguei o rádio
na estação que tocava rock e deixei-o num volume mais alto do que os
meus pais jamais teriam permitido. De certeza que nenhum dos vizinhos chamaria
a polícia – não nessa noite, em que toda a gente comemorava a chegada do Ano
Novo. E pensar que eu ia passar um serão enfadonho, demasiado tranquilo, bebendo
umas cervejolas sozinho...
– Hora de festa!
– anunciei, erguendo-me da mesa.
Estar na
companhia do Samuel animava-me... deixava-me mais feliz do que estivera durante
aqueles últimos meses solitários. Era como recuar aos bons velhos tempos de
liceu.
– Ainda andas às
voltas com as bombas?
– É um trabalho –
volvi sem ânimo.
– Não esperas
mais da vida?
– Achas que
devia ir para a Marinha? Recebes comissão para angariar recrutas?
O Samuel soltou
uma gargalhada estrondosa. Prossegui:
– Não teve piada,
eu sei. Porquê guarda costeiro, afinal?
– Porque estava
à mão – brincou ele. – Não, nada disso, Berto! Porque patrulho a costa
portuguesa, ajudo e resgato marujos ou pescadores encalhados e outros civis com
problemas nas suas embarcações – uma cambada de bêbados que gosta de fazer
farras em alto mar sem ligar patavina à segurança, principalmente nas águas
algarvias. É um trabalho, alguém tem de o fazer. Mas diverte-me.
As horas voaram
rápido. Entornámos imensas cervejas. Já era quase meia-noite quando liguei a
televisão para ver a contagem regressiva naqueles programas de sempre.
– Oh, já vai
começar!
Ouviu-se então o
barulho de toda a vizinhança, gritando e berrando, dando as boas-vindas ao Ano
Novo. O Samuel abraçou-me, porém, como ele já se encontrava um tanto alcoolizado,
não achei que isso significasse muita coisa. Retirei do frigorífico uma garrafa
de espumante barato, comprado no Minipreço, e estourei a rolha.
– Feliz Ano Novo
– ciciei, brindando e bebendo o líquido
borbulhante.
– Gosto mais de
cerveja – reclamou o Samuel, soltando um arroto.
No rádio
prosseguia a música rock e nós celebrámos madrugada adentro, bebendo
mais cervejas. Eu sentia-me desapontado com o facto de nada mais íntimo
proporcionar-se entre ambos, mas a verdade – devo assumi-la – é que nós os dois
já estávamos bem lá de Bagdade. Em pouco tempo, acabámos derreados no chão da
sala. Embriagado do jeito que eu estava, sonhei com o Samuel fardado, e depois
nu. Por volta das seis horas da manhã, acordei com uma bruta dor de cabeça.
Avistei o Samuel esparramado no seu uniforme de marinheiro e rastejei até ele.
– Samuel, queres
ir para a cama?
– Oh, Berto!
Feliz Ano Novo!
– Dois perdidos
numa noite suja...
Pus a música num
volume bem baixinho e ajudei-o a caminhar até ao meu quarto para dormir na
minha cama, na qual ficaria mais confortável.
– Vamos dormir
no chão – sugeriu ele.
– É melhor
despires a farda senão fica toda amarrotada – alertei, afastando as almofadas
da cama e colocando-as no chão, juntamente com um cobertor e o edredão.
Mal o Samuel começou
a despir-se, fiquei sóbrio num ápice. Ele era maravilhoso! Tirou a roupa
devagar... para meu deleite, tenho a certeza. Ao vê-lo somente de cuecas e
camisa interior, pareceu-me um homem e tanto. Magnífico! Era muito mais peludo
do que na época escolar, mas a artilharia entre as suas pernas parecia tão
deliciosa quão eu havia guardado na memória. Nisso, ele olhou para mim e
inquiriu:
– Não vais tirar
as tuas roupas?
Despi-as,
ficando só de camisa e cuecas.
– Tira tudo – exigiu
ele.
Fiquei a olhá-lo
de olhos arregalados enquanto ele se desenvencilhava da camisa interior,
revelando o peito peludo, e das cuecas, exibindo finalmente a sua ferramenta
grande e macia.
– Nada mau! –
exclamei, com os olhos cravados naquele instrumento. A neblina da ressaca
dissipava-se definitivamente.
– E agora vamos
ver o que é que tu escondes aí – atirou o Samuel, perfeitamente consciente de
que eu avaliava e cobiçava o seu material.
O meu corpo era
lisinho, mas quando despi as cuecas ele descobriu que a minha pila era tão
grande quanto a dele, embora menos grossa. Então, para meu embaraço, a danada
arrebitou.
– Gostas do que
estás a ver? – indagou ele, percebendo a minha reacção.
– Sim, Samuel.
Sempre tive uma queda por ti – confessei, meio constrangido.
Ele estendeu os
braços e disse:
– Vem cá, bebé...
Joguei-me neles.
O Samuel abraçou-me com força e puxou-me para o chão, deitando-nos sobre o
edredão, eu por cima dele, um nos braços do outro.
– Abraça-me
mais, Samuel – implorei.
– Nunca te vou largar,
gajo – prometeu ele.
Rios de fluidos
escorriam do meu falo, molhando-lhe a floresta púbica.
– Beija-me, por
favor.
Os seus lábios saborosos
pressionaram os meus com força. Meti-lhe a língua na boca e ele devorou-a. Para
culminar, os membros endureciam mais ainda e eu sentia a sua pica rija a duelar
com a minha. Afastei-me para respirar um pouco, dando fim ao beijo mais
apaixonado da minha vida, e montei-lhe sobre as coxas peludas.
– Oh, Samuel,
sonhei tanto com isto!
Esfregava ambos os
pénis, masturbava-os, fazendo claras gotas de sémen escorrerem da uretra do
Samuel. Os órgãos róseos roçagavam-se um no outro. Quando estavam a ponto de se
incendiar e soltar centelhas de esperma, parei de os manusear. O Samuel
pegou-me nas mãos, levou-as aos seus mamilos. Sob a cobertura de pêlos,
encontrei os bicos duros. Apertei-os. Ele gemeu e o seu mastro agitou-se. Mas
eu queria sentir-lhe cada pedaço do corpo. Acariciei-lhe o umbigo, massajei-lhe
os flancos, brinquei com os pés. A seguir, afastando-lhe as pernas, explorei a
parte interna do rego peludo até lhe sentir a humidade anal. A sua tranca
continuava erecta; passei-lhe os dedos ao redor e apertei-a.
– Bate-me uma,
Berto. Por favor!
Toquei-lhe nos
testículos rijos, enquanto o masturbava.
– Mete-me um
dedo... – pediu, visivelmente ansioso.
Lambi um dedo e
explorei-lhe o rego, até achar o anel carnudo. Masturbava-o e empurrava o dedo
para dentro daquele orifício apertado, ele agonizava no chão e sorria para mim.
Nunca senti tanta excitação como nesse instante, ao enterrar o dedo no rabo do
guarda dos meus sonhos. Nisto, o Samuel passou uma mão pelo meu corpo, puxou-me
para si e deu-me outro beijo apaixonado enquanto os meus dedos lhe perfuravam a
gruta, massajando-a e procurando alargá-la com movimentos circulares; com a
outra mão, acariciava-lhe o corpo, sentindo cada milímetro daquela massa de
carne palpitante. A mão dele, por sua vez, deslizava cada vez mais pelo meu
corpo e a ânsia de atingir a minha serpente era bem perceptível por mim.
Após esses carinhosos
preliminares, decidi avançar... acerquei-lhe a boca do mastro e iniciei a
tarefa. O Samuel adorou! A sua respiração ofegante e o descontrolo muscular
eram sinais de verdadeiro êxtase. Ele quis então retribuir o gesto: sem nunca me
retirar a chupeta da boca mas libertando o rabo do meu dedo, rodou sobre mim e
pegou no meu caramelo, aproximando-o dos lábios. Senti primeiro a sua língua
sedosa a perscrutar-me a glande e depois, aos poucos, a boca a absorver-me o membro
carnudo. Sensação esplendorosa! Aquele poder muscular, esparramado ali sobre
mim, a fazer-me sexo oral, naquele chão efervescente do meu quarto solitário,
foi um delírio. Após algum tempo nessa posição deveras prazenteira, o Samuel
fez-me entender que beijos ardentes e toques fogosos de corpo a corpo já eram
insuficientes para si. Ele queria mais... muito mais... e foi directo ao
assunto:
– Fode-me,
Berto! Mete-me esse caralho no cu...
Colocando-se de gatas,
pousou a cabeça numa almofada com os glúteos arrebitados no ar e pediu-me para
ter cuidado e paciência já que (segundo as suas palavras) era a primeira vez
que ofertava o rabinho. Cuspi numa mão e lubrifiquei-lhe o anel com a saliva.
Embora já lhe tivesse introduzido um dedo minutos antes, pressentia que
necessitava de lubrificação. Passei-lhe o meu falo, repetidamente, no orifício
anal e fiz alguma pressão, penetrando-o aos poucos. Deslizava a bichana sempre
para dentro, forçando-a a desbravar caminho naquele canal bem estreitinho,
todavia, ao mesmo tempo que a enterrava mais um pouco retirava-a de imediato,
esperando conseguir, desse modo, um maior relaxamento da parte do Samuel.
Quando ministrei uma investida maior, senti-lhe as pernas desfortalecerem e
ouvi os gemidos que ele largava, com o rosto mergulhado nas almofadas.
Perguntei-lhe se queria continuar. Respondeu que sim; apesar de a penetração ser
dolorosa, aguentaria até ao fim, nem que fosse apenas uma vez na vida! Mal a
sua cavidade anal se adaptou à grossura da minha pica, passei a estocá-lo com
força, cada vez com mais garra, até que ele manifestou o desejo de mudar de
posição. Mandou então que me deitasse de costas no chão e sentou-se-me no dardo.
Desta vez, o
Samuel fez tudo sozinho: pegando no meu bacamarte, colocou-o no sítio exacto,
isto é, apontado ao ânus, e foi-se empalando, afogando o ganso inteiro nas suas
entranhas. Parou um pouco, suspirou e rebolou o rabo até sentir o invasor bem aconchegado
na sua caverna. Assim que se achou mais confortável, passou a cavalgar-me.
Subia e descia, subia e descia... Agora, era ele que saltava em cima de mim e
masturbava-se em simultâneo, até dar sinais de estar prestes a atingir o
orgasmo.
– Oh, meu
Deus!... Ai, Berto... vou-me vir! – gemeu ele, minutos volvidos nesse embalo,
contraindo os glúteos e sugando a cobra latejante mais para dentro.
Nessa altura, a
minha verga já alcançara proporções gigantescas, no entanto, ele reteve-a
dentro de si, prendendo-a e segurando-a com os músculos anais, enquanto a dele
cuspia bolas viscosas, brancas como pérolas. Sentir o peito inundado de sémen e
a contracção muscular do seu olhinho traseiro, juntamente com os gemidos de
prazer, fez que lhe bombasse no rabo com punho de ferro até ejacular igualmente
nas profundezas da sua alma.
E ficámos deitados,
resfolegantes, corpos abandonados naquele chão. Passei os dedos na substância
viscosa por ele derramada e esfreguei-a pelo seu torso inteiro até os pêlos
brilharem de tanta seiva. O Samuel mantinha-se esparramado ao meu lado,
praticamente imóvel, mostrando-se realmente exaurido, e provavelmente com o
corpo dorido. Entretanto, levantei-me e fui à casa de banho lavar-me. Instantes
depois surgiu ele, com um resplandecente sorriso no rosto. Lavou-se também e
acabou por dizer uma piada:
– Achas que se
nota muito no andar? Isto ainda arde um bocado...
Regressámos ao
quarto, trocámos confidências e adormecemos abraçados. Na realidade, acho que
eu adormeci primeiro... o cansaço resultante do trabalho nas bombas de
gasolina, a quantidade de álcool ingerida e o sexo frenético com aquele deus
grego dos meus sonhos... foi deveras esgotante. Derrubava qualquer um por
terra.
Acordámos no
primeiro dia do Ano Novo com os morcegos duros como as rochas e acariciámos,
levemente, o corpo um do outro durante longos minutos. Enquanto lavrávamos
carícias matinais nas peles excitadas, masturbávamo-nos mutuamente. Quando já
me sentia prestes a explodir, virei o Samuel de bruços e jorrei-lhe o meu
néctar efervescente no rego peludo. A seguir, ele montou-me no peito e esfregou-me
a glande nos mamilos enrijecidos. Enterrei-lhe, então, um dedo no ânus, até ele
ejacular copiosamente, cegando-me com a brancura do néctar que deixou os meus cabelos
pegajosos. Ficámos abraçados amorosamente por um bom tempo, até decidirmos,
juntos, ir tomar um duche revigorante.
Dentro do
polibã, após correr a porta de vidro, o Samuel recomeçou a beijar-me enquanto a
água quentinha aconchegava os corpos inflamados, deixando-me novamente de pau
feito. Então, dei azo às fantasias que tivera com ele nos balneários do liceu.
Peguei-lhe no bacamarte que já estoirava também de tão duro, apertando-o com
tanta força que ele gemeu baixinho e pediu que o chupasse. Sem demora, ajoelhei
à sua frente e pude rever o que me esperava: um vergalhão grande e grosso, de
cabeça lustrosa e uretra entreaberta, gotejando fios de esperma. Mal pude
colocar na boca tamanha grossura!
O Samuel pressionava
com força a minha nuca de encontro às suas virilhas e estocava o falcão na
minha boca sequiosa. De repente, puxou-me para cima e beijou-me freneticamente,
enquanto as mãos inquietas comprimiam e massajavam as minhas nádegas, deixando
transparecer a intenção de possuir-me. Delirei! A cara mais linda dos meus
sonhos, após ter tido o privilégio de ver o seu templo sagrado por mim inaugurado,
estava ali nos meus braços, prestes a enrabar-me! Nesse momento, era tudo o que
eu mais desejava: sentir a sua jibóia expectante dentro de mim, a explorar-me
as entranhas, devorando todo o meu ser, tal como ele experimentara a minha ferramenta
nas últimas horas! Não obstante, o Samuel tardava a virar-me de costas para si,
deixando-me ainda mais ansioso, e nervoso. A minha bichana deslizava desvairada
entre as suas pernas, mesmo por baixo dos testículos pesados, como que buscando
caminho na direcção do orifício já profanado, ao mesmo tempo que o seu tronco
carnudo, tão erecto quão a Torre dos Clérigos, roçagava-me a barriga. Já me
sentia prestes a ejacular de tanta excitação quando ele, verdadeiramente
perspicaz e pondo termo à minha ansiedade, sussurrou-me ao ouvido que queria comer-me.
Não hesitei mais!
Voltei-me
rapidamente de costas, apoiei-me na torneira e arqueei o rabo. O Samuel
esfregou o seu membro portentoso no meu rego; em simultâneo, a sua mão direita apertava
o meu tarugo que, sem se conter mais, vomitou o néctar que há muito ameaçava
explodir. Percebendo a situação, o Samuel enterrou-me o falo poderoso com tanta
força que me fez ver estrelas e ganir de dor. Quase pulei para a frente,
desencaixando-me dele, porém, os seus braços musculosos retiveram-me. Rodou-me
a cabeça, beijou-me, sufocando os meus gemidos, e passou a bombardear-me com a garra
de um felino, qual leão em fúria na tormenta do cio... a excitação era
tremenda... fazendo a horrenda dor inicial sumir e uma enorme sensação de
prazer surgir. Estocou-me com gana durante longos minutos, como se não houvesse
amanhã, até que senti a verga inquieta a pulsar dentro de mim, despejando uma
exorbitante quantidade de espermatozóides malucos à procura de alguma coisa que
jamais encontrariam nas minhas entranhas febris.
O Samuel,
mantendo-se por trás de mim, com aquele mastro enorme ainda mergulhado na minha
caverna, deu-me um abraço apertado num misto de carinho e satisfação, enquanto
a água quentinha escorria sobre os nossos corpos luxuriosos, até que o rolo de
carne sensual, por fim, amoleceu e escorregou para fora do anel... um anel verdadeiramente
arrombado pela pila dos meus sonhos.
Foi a passagem-de-ano mais emocionante que já
vivi. Creio que o Samuel, embora não o expressasse por palavras, fruiu da mesma
felicidade. Mais tarde, antes de ele ir embora, vimos um programa na televisão
enquanto brincávamos e nos saciávamos com o brinquedo um do outro.
Apesar de ter perdido a conta, certamente que ejaculei mais vezes nessas vinte
e quatro horas do que em qualquer outra vez na minha vida. E até hoje... quando
estou a abastecer gasóleo ou gasolina (ou a meter a mangueira inflamada nalguma
outra entrada) não consigo deixar de sorrir ao pensar num certo marinheiro bem
dotado como um garanhão e de rememorar aquela maravilhosa noite de réveillon
que juntos celebrámos.
---
in «Boas Festas», páginas 89-99
Silkskin Editora, Dezembro 2015
Uma narrativa excelente, frontal, sem falsos moralismos.O erotismo no seu melhor. Muitos parabéns, Isidro! Dizem que a sorte protege os audazes... que seja mesmo verdade, mereces! Bjs e um bom ano!
ResponderEliminarBem haja, Suzete.
EliminarUm feliz Ano Novo para ti também... com tudo de bom!
Bjs